Escrito por
Tomás Rebucci
Publicado em
September 18, 2023

Promover a inovação tecnológica dentro dos setores público e privado é um grande desafio para os seus representantes.

A nova era da tecnologia precisa ser encarada com seriedade. Quem não está disposto a participar, ou não quer se preocupar com isso agora, terá dificuldades de se adequar depois que a onda tiver passado. Essa onda tem mais cara de tsunami do que de uma simples marola.

Encarar com seriedade essa nova era é atentar-se às mudanças de comportamento do ser-humano enquanto usuário ativo de ferramentas sociais digitais (Facebook, Instagram, Linkedin, Pinterest, Youtube). É atentar-se ao desenvolvimento humano na relação com o trabalho (local, rede, acesso, poder de decisão, gestão colaborativa), na relação com as tarefas diárias (métodos ágeis, to do lists, organização de projetos, Scrum, Kanban, Agile), nas relações comerciais entre empresas e consumidores, e nas novas relações jurídicas em constante mutação com discussões sobre responsabilidade civil, proteção de dados, mobilidade urbana, sustentabilidade, contratos empresariais e outras matérias que são diretamente atingidas pelas mudanças bruscas de comportamento social que a inovação tecnológica nos traz.

O conhecido discurso da substituição do velho pelo novo nunca foi tão latente. E não estamos falando em idade (pelo contrário), a nova economia abre espaços para gente de toda raça, sexo, cor e idade. Deve ser assim!

A mudança do velho para o novo significa adaptar a mentalidade junto com o comportamento. Ter a consciência que o avanço tecnológico é uma realidade e não uma tendência e, além disso, se adequar aos novos formatos de gestão, organização, condução de projetos e atendimento é ,sim, uma obrigação.

Com isso em mente, as organizações cada vez mais focam seus esforços em projetos de inovação e tecnologia, por vezes criando setores próprios para adequarem sua forma de gestão/organização internas e os seus serviços e produtos oferecidos no mercado. Por outras vezes, procuram projetos de startups já implementados e testados no mercado, os adaptando ao ambiente interno e à sua realidade. E ainda, por poucas vezes, procuram uma parceria com departamentos de pesquisa nas universidades e institutos que se dedicam ao tema.

 

Essa adaptação exige, por óbvio, planejamento, paciência e persistência! A mudança é social e deve ser analisada de forma macro. O importante agora é, como falado, estar atento e não subestimar as oportunidades.

 

No Brasil, há muito se fala do assunto e, pelo que se percebe, instituições de todos os setores estão ligadas e preocupadas com o tema.

Um dos problemas que se nota é a dificuldade para conectar as demandas do setor privado com as pesquisas realizadas nas Instituições Científicas, Tecnológicas e de Inovação (ICPs) e Universidades que, em grande maioria, possuem incubadoras de pesquisas tecnológicas e de inovação pouco aproveitadas.

Para isso, já existem programas específicos que tentam resolver essa questão, como é o caso do FINEP-CONECTA, um programa de financiamento da FIESP que auxilia na conexão da academia científica com as empresas de serviços e indústrias.

 

Atualmente, 75% dos pesquisadores acadêmicos trabalham para o setor público ou nas universidades e, apenas, 25% prestam serviço para empresas do setor privado.

 

O programa (Finep – Conecta) tenta trazer as pesquisas tecnológicas das ICPs e Universidades para dentro das empresas, propiciando melhoria dos departamentos operacionais e de gestão e organização das empresas. O objetivo é trazer agilidade, aumento de produtividade e economia para as empresas que desejam se adequar a essa onda.

Existem outros programas de linha de crédito para projetos de inovação, tecnologia e sustentabilidade em São Paulo, como o Desenvolve SP e a FAPESP.

Os ICPs e os departamentos de inovação e tecnologia das Universidades pesquisam, testam e discutem todo tipo de projeto relacionado à área. Possuem pessoal altamente qualificado (são mestrandos, doutorandos, e PHds em sua grande maioria), laboratórios para testes práticos de última geração e um ambiente que promove o debate para o surgimento de novas ideias para o setor.

Não aproveitar essa estrutura, ou aproveitar de maneira ínfima, é, no mínimo, um desperdício.    

Em outra frente, o SEBRAE-SC lançou um programa que conecta projetos inovadores a investidores, é o Projeto Capital Empreendedor. O programa faz parte de outro, chamado StartupSC, e também possui o intuito de auxiliar o entendimento e a aproximação entre empresa e investidor, ou seja, analisa quais os melhores projetos que se encaixam com a expectativa do investidor e, do outro lado, qual a forma de captação de recurso que se encaixa melhor ao momento da empresa.

Aos poucos, programas como esses ganham corpo, incentivam o setor e melhoram o contato entre as empresas, investidores, departamentos acadêmicos de pesquisa e startups. O potencial de cada parte do processo de inovação passa a ser melhor aproveitado e o nível de complexidade e entrega aumentam consideravelmente. Eventos, grupos de estudo e outros movimentos promovendo a discussão e o encontro entre as pontas desse processo também auxiliam para esclarecer dúvidas, ajustar os entendimentos e entender quais os passos que precisam ser tomados para que esse fluxo de interações seja natural e completo.

Todas as partes citadas já estão operando seus projetos no mercado. Não dependem de regulamentação, de aprovação ou de qualquer outra ação burocrática para firmar essas parcerias. Entender o papel de todos dentro desse ciclo é fundamental para evoluirmos e alcançarmos novos patamares.  

 

O escritório Rebucci Advogados está por dentro dos últimos acontecimentos do setor de inovação e tecnologia e à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas sobre o assunto.

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